No último dia 18 de novembro, mais de 15 mil mulheres negras de todo o país ocuparam a capital federal na primeira Marcha das Mulheres Negras contra o racismo, a violência e pelo bem viver.
As participantes se reuniram ao final do protesto com a presidenta Dilma Rousseff; a ministra das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, Nilma Lino; e a secretária especial de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, e protocolaram as reivindicações que motivaram a Marcha (a íntegra pode ser lida aqui).
Entre as principais reivindicações estão o combate efetivo ao racismo e todas as formas de discriminação (intolerância religiosa, homofobia, lesbofobia, bifobia e transfobia em particular), a garantia de reconhecimento e titulação dos territórios quilombolas, preservação do patrimônio cultural do povo negro, defesa das cotas raciais na educação e em concursos públicos, garantia de participação das mulheres negras nos espaços de poder e direito universal à saúde, educação e trabalho digno com igualdade.
Apesar do ataque facista de policiais e ex-policiais que estavam acampados há mais de um mês em frente ao Congresso Nacional pedindo o impeachment da presidenta e a volta da ditadura militar, as mulheres não esmoreceram. E os golpistas se desmoralizaram de vez, sendo obrigados a desmontar o acampamento após a repercussão internacional do crime.
A Marcha, a primeira protagonizada por aquelas que representam 25% da população brasileira (49 milhões de cidadãs), foi um momento histórico no enfrentamento aos absurdos índices sociais que marcam a vida da população negra no Brasil.