Em decorrência da conjuntura nacional atual, a FITERT acredita na necessidade de unificação dos sindicatos filiados e da esquerda como um todo. A ofensiva conservadora, a crise do governo petista com seu ajuste fiscal e a desarticulação da esquerda brasileira têm trazido o debate da construção de uma frente unificada em vários espaços.
Nós da FITERT continuamos defendendo uma política social que atenda aos interesses da sociedade civil e não apenas aqueles empresariais. A criação de uma frente política e social para defender um programa democrático, de desenvolvimento econômico e soberania nacional, que tenha na pauta, a priori, a democratização da comunicação é necessária.
Caso queiramos uma verdadeira unificação, vários pontos não podem ser omitidos, como, por exemplo, manifestações pró-ditadura que constituem fato dos mais preocupantes. Qualquer que seja a frente de esquerda, ela tem que caminhar no interesse da defesa de ofensivas agressivas e antidemocráticas de movimentos da direita. Também é preciso dizer “não” ao golpe e articular um projeto eleitoral para 2018. Defendemos uma frente com capacidade de dialogar com a insatisfação e oferecer saídas à esquerda para a crise atual.
Somos favoráveis a uma frente focada nos movimentos sociais, não em manifestos e declarações de intenção, sem capacidade de mobilização popular. Nosso principal desafio hoje é reconstruir um ciclo de ascensão da luta de massas no país, capaz de alterar a relação de forças.
Alternativas políticas não se constroem sem a participação sindical. É preciso se valer da necessidade dos movimentos sindicais em situações como esta. A frente que precisamos hoje é social e, evidentemente, deve construir um campo político com intelectuais e partidos de esquerda, mas seu foco deve ser a construção de amplas mobilizações populares.
Além disso, essa frente não pode estar atrelada ao governo. Ao contrário, deve buscar construir saídas pela esquerda à crise do governo petista, sem temer criticá-lo em seus rumos, em sua política econômica neoliberal e pela falta de disposição política em implementar as reformas populares tão necessárias ao Brasil. Com a mesma força é necessário enfrentar o avanço das pautas conservadoras no Congresso e na sociedade.
Na construção de uma frente, os movimentos sociais brasileiros devem se precaver de dois erros. O primeiro é, em nome da ofensiva da direita, abster-se de enfrentar as políticas deste governo. O outro é, em nome do enfrentamento ao governo, subestimar a ofensiva da direita Uma frente ampla e unitária da esquerda deve ter a capacidade de responder a estes dois grandes desafios, focando na retomada da mobilização social.
Ir pra rua com um número expressivo na ultima sexta 18 de março, contra o golpe, foi sem duvida um grande resgate da militância e dos trabalhadores. Por isso, devemos tomar as ruas por todo o país no próximo dia 24 e também no dia 31, mostrando que não ficaremos de braços cruzados perante a tentativa de golpe e desmantelo do estado de direito democrático.
Unidos somos fortes! Não ao golpe!
Diretoria da Fitert